segunda-feira, outubro 25, 2004

Nota à impressa enviada em 19/10

Caros colegas,

A despeito da notoriedade da nossa mobilização e dos constantes apelos dos jornalistas na tentativa de fazer "a cobertura" do fato, causou-nos certa estranheza a matéria noticiada na edição do dia 19/10 do Jornal A Tarde, onde algumas informações ou figuraram distorcidas ou no mínimo carentes de polidez de propósitos.

Encaminhamos, portanto, uma nota de esclarecimento à redação do supra citado jornal, retificando algumas informações que julgamos incorretas, na tentativa de preservar a legitimidade e a conduta responsável do nosso movimento - cuja matéria mostrava indícios de querer deturpar. Esta nota acabou não sendo publicada e isso causou-nos maior estranheza!

Seguem abaixo a íntegra do texto encaminhado ao Sr. José de Castro, jornalista responsável pela matéria e o texto publicado no Jornal, respectivamente:

"Salvador, 19 de outubro de 2004.

Prezado Sr. José de Castro,

Gostaríamos de retificar algumas informações contidas na notícia da edição impressa de ontem intitulada 'Professor da FTC vai repor as aulas' (Caderno Local, p. 6).

Estivemos paralisados desde a noite de 07 de outubro até a noite do dia 15/10, quando houve a Assembléia que votou pela volta às aulas na segunda, 18/10. Não foi uma 'retomada ao trabalho' por um 'motivo simples'. Cerca de 10% do quadro ( aproximadamente 72 professores ) ainda tinha seus salários pendentes, mas um acordo entre a Comissão de Mobilização e a Diretoria da Faculdade, ratificado pela Assembléia, garantiu o fim da greve e o pagamento desses restantes na segunda-feira (18/10). Como bem disse nosso representante, Prof. David Santana, a decisão de paralisar nossas atividades acadêmicas deveu-se muito mais a uma situação histórica da instituição do que apenas ao atraso desse mês em particular. Mas, ao contrário da abertura da notícia, não temos conhecimento de 'discursos na entrada da instituição' e não foram apenas '15 professores' que receberam seus salários na segunda-feira. Nossa paralisação transcorreu de forma tensa, como todo movimento do gênero, sobretudo porque não estamos satisfeitos com o fato de haver sido necessário chegar a esse ponto para garantir o recebimento dos salários. Porém, ao mesmo tempo, foi um movimento extremamente organizado e muito proveitoso no que diz respeito às discussões coletivas que tivemos oportunidade de travar ao longo desses dias sobre nosso papel de educadores em nível superior. Não estávamos 'de braços cruzados', mas trabalhando intensamente.

Garantimos a realização de 3 assembléias diárias durante todo o período, contemplando os três turnos de funcionamento da instituição, com uma média de participação de 120 professores por turno, totalizando 14 assembléias durante todo o período.

Nosso corpo docente é formado por 710 professores da mais alta qualificação e vimos procurando desempenhar nossas atividades com o máximo de profissionalismo com vistas à melhor qualidade de ensino, na qual acreditamos e pela qual não deixaremos jamais de lutar. O que todos almejamos é que esse momento se traduza em mais um passo para a efetivação da FTC como uma Instituição mais sólida, capaz efetivamente de oferecer educação em nível superior de referência no cenário nacional.

Atenciosamente,

Comissão de Representação Docente."


Texto extraído do Jornal A Tarde:

" Professor da FTC vai repor as aulas

José de Castro

Após 10 dias de paralisação e discursos na entrada da instituição, os professores da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) decidiram suspender a paralisação em Salvador. O motivo da retomada ao trabalho foi simples: a instituição finalmente depositou o dinheiro dos salários na conta dos professores e tudo se resolveu. A direção esclareceu que o calendário letivo será modificado e todas as aulas serão repostas integralmente.
Ao todo, 150 professores cruzaram os braços. A direção da faculdade desde Sexta-feira anunciou que tinha repassado os salários, mas o dinheiro só foi completado ontem, quando aproximadamente 15 professores receberam os seus vencimentos. 'Esta greve não foi simplesmente pelo atraso de 10 dias, mas são atrasos recorrentes e históricos da instituição', explicou o representante da categoria, professor David Santana."